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Grande oportunidade

07/11/2020
Grande oportunidade | Jornal da Orla

Era uma tarde de tempo feio e frio no norte da Virgínia, há muitos anos.

A barba do velho estava coberta de gelo e ele esperava alguém para ajudá-lo a atravessar o rio. 

A espera parecia não ter fim. O vento cortante tornava seu corpo dormente e enrijecido.

Ele ouviu o bater fraco e ritmado dos cascos de cavalos sobre o chão congelado. Ansioso, observou quando vários cavaleiros apareceram na curva.

Deixou o primeiro passar, sem procurar chamar sua atenção. Então veio outro e mais outro. Finalmente, o último cavaleiro se aproximou do lugar onde o velho estava parado como uma estátua de gelo.

Depois de observá-lo rapidamente, o velho lhe acenou, perguntando: 
-O senhor poderia levar este velho para o outro lado? Parece não haver uma trilha para eu seguir a pé.

O cavaleiro parou e respondeu: -É claro. Pode montar.

Vendo que o velho não conseguia levantar o corpo semicongelado do chão, ajudou-o a montar e não só atravessou o rio com o velho, mas o levou ao seu destino, algumas milhas adiante.

Quando se aproximavam da casa pequena, mas aconchegante, curioso, o cavaleiro perguntou: 

-Eu percebi que o senhor deixou vários outros cavaleiros passarem sem fazer qualquer gesto para pedir ajuda na travessia. Então eu apareci e o senhor imediatamente me pediu para levá-lo. Eu gostaria de saber por que, numa noite fria de inverno, o senhor pediu o favor ao último a passar. E se eu tivesse me recusado e o deixado na beira do rio?

O velho apeou do cavalo devagar. Olhou o cavaleiro bem nos olhos e respondeu: 
-Eu já vivi muito e acho que conheço as pessoas, muito bem.

Parou um instante e continuou: 

-Olhei nos olhos dos outros que passaram e vi que eles não se condoeram da minha situação. Seria inútil pedir-lhes ajuda. Mas, quando olhei nos seus olhos, ficaram claras sua bondade e compaixão. A vida me ensinou a reconhecer os espíritos bondosos e dispostos a ajudar os outros na hora da necessidade.

Estas palavras tocaram profundamente o coração do cavaleiro, que lhe respondeu: 

-Fico agradecido pelo que o senhor falou. Espero nunca ficar tão ocupado com meus próprios problemas que deixe de corresponder às necessidades dos outros com bondade e compaixão.

Falando isso, o cavaleiro, que se chamava Thomas Jefferson (*), virou seu cavalo e voltou para a Casa Branca.

 

[com base em texto de Brian Cavanaugh e na Redação do Momento Espírita]

 

Quando o Grande Arquiteto do Universo coloca em nossa vida esses que precisam de ajuda, Ele, em verdade, está nos concedendo uma grande oportunidade.

Ajudar o próximo é oportunidade de crescimento moral, de combater o egoísmo que, muitas vezes, nos faz preocupados demais com nossos próprios problemas, esquecendo que há vida além dos jardins de nossa casa. 

Vidas que anseiam por nossa gentileza e por nossa compaixão.

Quando Deus coloca diante de nós alguém pedindo ajuda, das mais diversas formas possíveis, Ele está nos concedendo a chance de conhecer o bem e sentir todas suas consequências sublimes.

Olhemos para os lados e busquemos alguém a quem possamos auxiliar a cruzar os vários rios da vida. 
E vejamos nisso sempre uma grande oportunidade.

 

Paz, saúde e prosperidade!

 
(*) Thomas Jefferson foi presidente dos Estados Unidos no período compreendido entre 1801 e 1809.  Ele se destacou, entre muitas coisas, como: horticultor, líder político, arquiteto, arqueólogo, paleontólogo, músico, inventor e fundador da Universidade da Virgínia.
 

 

 


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