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Máscara não causa mau hálito

14/11/2020
Máscara não causa mau hálito | Jornal da Orla

Não adianta colocar a culpa na máscara para justificar a existência de mau hálito. Um problema comum mesmo antes da pandemia, a halitose está relacionada mais a hábitos do que uma doença mais grave. 

Segundo a Associação Brasileira de Pesquisas dos Odores Bucais, quatro em cada dez brasileiros têm halitose. O dentista Paulo Zahr, que integra a entidade, explica que são várias as causas do problema. 

 

Sujeira na língua
A maior parte dos problemas de mau hálito se associa à sujeira na língua, região onde o acúmulo de bactérias produz uma cor esbranquiçada ou amarelada, além do odor característico. Para tratar essa causa, a pessoa deve usar um limpador específico, que consegue remover os restos de alimento ao pressionar o órgão responsável pelo paladar em movimentos de trás para frente.

 

Cáries
Doenças na boca também podem provocar mau cheiro, como é o caso de cáries, gengivite, placas bacterianas e até periodontite (infecção na gengiva que pode destruir o osso maxilar). O principal motivo são as bactérias, que, ao se desenvolverem, produzem o odor estranho. O tratamento depende do diagnóstico do dentista, mas também pode envolver cuidados com a higiene bucal.

 

Má alimentação
Pessoas que ficam sem comer por um período superior a cinco horas tendem apresentar o odor, o que explica o mau hálito ao acordar. Para contornar a situação, não deixe de fazer uma refeição entre três e quatro horas e mantenha-se hidratado. “Alguns alimentos, como a couve galega, couve-flor e brócolis ajudam a formar enxofre no organismo, substância que favorece a eliminação de gás pela boca. Mastigar alho e cebola também podem deixar um forte odor no local. Então, se tiver alguma reunião presencial ou um encontro, uma sugestão é evitar esse consumo no dia”, avisa Zahr.

 

O hábito de fumar
Uma das consequência do uso do cigarro é a secura na boca, que ocorre devido à diminuição da produção normal de saliva. O resultado é o prejuízo da função de proteger e limpar a microflora bucal, incidindo diretamente no odor.

 

Condições médicas
Em decorrência da gastrite ou má digestão, problemas no estômago provocam comumente a eructação, cujos gases chegam à boca e contribuem para o mau hálito. Outro motivo é a diabetes, pois um dos sintomas da doença é o hálito cetônico, resultante da formação indevida de corpos cetônicos em alta quantidade no organismo. “O mal-estar também pode ser causado por infecções na garganta e sinusite. Se esse for o caso, é preciso fazer gargarejos com água e sal, para remover o pus e diminuir o incômodo”, recomenda o especialista.

 

Como tratar?
O primeiro passo é recorrer a boa higiene bucal: escovação de duas a três vezes por dia ou sempre após as refeições; uso de fio dental, que elimina restos de comida e acaba com a formação de placa bacteriana; e do enxaguante bucal apropriado. 

Se ainda os sintomas persistirem, é preciso consultar um dentista, que poderá indicar um tratamento específico. “Com o acompanhamento clínico, você pode usar enxaguante bucal antisséptico específico para acabar com os germes do mau hálito, principalmente se os vilões forem a sujeira na língua e os restos de alimento na boca”, afirma o profissional, que também sugere o aumento na ingestão de água, redução no consumo de álcool, café e bebidas ácidas.