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A virtude da paciência

20/02/2021
A virtude da paciência | Jornal da Orla

Essa é a estória de dois irmãos que passaram a vida inteira na cidade grande e nunca haviam visto uma pastagem ou uma área cultivada.

Certo dia, resolveram fazer uma viagem para o interior.

Ao passarem por um campo, observaram um fazendeiro arando a terra e ficaram intrigados com o que aquele homem estava fazendo.

-Esse sujeito fica o dia inteiro marchando para frente e para trás, escavando sulcos profundos na terra. Que tipo de comportamento é esse? Por que alguém iria destruir uma campina tão bonita assim? – Perguntou um dos irmãos.

À tardinha, tornaram a passar pelo mesmo lugar e viram o lavrador colocando as sementes nas covas.

Dessa feita pensaram: “E agora, o que estará fazendo? Deve ser louco. Está jogando trigo bom dentro dessas valas!”

-O campo não é lugar para mim. As pessoas agem como se fossem malucas. Vou voltar para casa – disse um dos rapazes. E de fato retornou para a cidade.

O outro resolveu ficar na localidade mais alguns dias. Poucas semanas depois, verificou uma mudança maravilhosa. Os pés de trigo começaram a brotar, recobrindo os campos com um verdor como ele jamais vira.

Admirado, tratou de escrever para o irmão a fim de que ele viesse ver aquele crescimento milagroso. O irmão voltou da cidade, encantando-se, de igual forma com a paisagem.

Passados alguns dias, o verde dos brotos foi dando lugar ao dourado dos trigais maduros. Só então os dois compreenderam o trabalho do fazendeiro.

O trigo amadureceu completamente e o lavrador foi fazer a ceifa. Novamente, um dos irmãos não entendeu o que estava acontecendo e exclamou com indignação:

-O que estará fazendo esse louco? Trabalhou o verão inteiro para cultivar esse lindo trigal e agora o está destruindo com as próprias mãos! Não passa mesmo de um doido varrido! Para mim já chega, vou voltar para a cidade.

O irmão mais paciente ficou no campo e assistiu o trabalho da colheita. Viu quando o trabalhador levou o trigo para o celeiro.

Observou o esmero com que ele separou o joio e o cuidado ao armazenar o bom grão. Ficou admirado ao constatar que a semeadura de apenas um saco de sementes havia produzido todo um trigal.

Deu-se conta, então, de que havia uma razão por trás de cada ato do semeador. Ele, por desconhecer todo o processo, é que não entendera, de início, a riqueza de cada etapa.

 

[com base em texto de William Bennett e na Redação do Momento Espírita]

 

Algo semelhante a isso acontece conosco com relação aos desígnios divinos. 

Muitos enxergamos apenas uma parte dos planos do Grande Arquiteto do Universo e, por não os compreendermos, os julgamos mal.

Por não sermos capazes de compreender a extensão dos propósitos e dos objetivos do Criador, nos revoltamos.

Porém Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, Criador de todas as coisas, sabe o porquê de cada uma das Suas ações com relação aos Seus filhos.

Por essa razão, mesmo que não possamos abranger totalmente o plano de felicidade que o Deus traçou para cada um de nós, tenhamos a confiança plena de que o Grande Arquiteto do Universo sabe o que está fazendo.

A nós, cabe aguardar no tempo o que virá no futuro.

Saibamos aguardar pacientemente e observemos…

Parafraseando Victor Hugo: “Tenha coragem para as grandes adversidades da vida e paciência para as pequenas e, quando tiver cumprido laboriosamente sua tarefa diária, vá dormir em paz. Deus está acordado”.