Economia

Pequenas empresas ficam no vácuo

03/04/2021
Pequenas empresas ficam no vácuo | Jornal da Orla

Embora a situação não seja tão dramática quanto a dos mais pobres (que antes da pandemia se viravam na informalidade, subempregos e vagas degradantes), os pequenos e microempreendedores também estão sofrendo muito. 

Fechados ou com atividade limitada, os empreendedores sentiram o faturamento sofrer queda livre. Mais uma vez, o governo federal demorou em agir e, quando o fez, foi timidamente. 

O Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), um conjunto de linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), distribuiu R$ 105 bilhões, atendendo 258 mil empresas. A maior parte para grandes empresas. Para o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), foram R$ 37,5 bilhões. 

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foram atendidas apenas 15% dos empreendedores brasileiros. O presidente do Sebrae, Carlos Melles, informa que pelo menos 50% dos micros e pequenos empresários nem tentaram recorrer ao crédito pelas dificuldade burocráticas que encontraram. Dessa metade que procurou, apenas 22% obtiveram sucesso. 

Quem conseguiu o financiamento no ano passado teme ter dificuldades para pagar, pois foi um empréstimo, não doação. Um alento foi a decisão de aumentar a carência para o início do pagamento dos empréstimos contraídos pelos empreendedores no ano passado. Mas e depois?

O governo federal acena com um novo pacote de socorro às empresas, mas ainda não estabeleceu quanto disponibilizará nem a partir de quando.  

Ainda assim, qualquer auxílio governamental será mero paliativo. A solução é a reativação da economia, com a vacinação dos brasileiros —rápida e em massa, não a conta-gotas.