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Caminhos alternativos

22/05/2021
Caminhos alternativos | Jornal da Orla

Quando temos alguém que depende essencialmente de nossos cuidados, sentimo-nos como a pequena ave que precisa alimentar seus filhotes na boca.

Como ela, precisamos alçar voo em busca do alimento e providenciar o aconchego do ninho.

Thereza, portadora de problemas mentais, é uma dessas criaturas que para tudo depende do cuidado alheio.

Sua filha a internou em uma Casa de Repouso, a fim de que pudesse ter a atenção devida, enquanto ela mesma se envolvia no trabalho profissional, a fim de atender aos gastos.

Filha amorosa, a visitava de forma regular e constante. Até chegar a pandemia.

O coração ficou em frangalhos. Como não ir abraçar sua mãe, demonstrar-lhe carinho, mesmo em seu estado de confusão mental?

Enquanto as preocupações a tomavam, lembrou do que ouvira dos lábios da mãe, nos seus tempos de lucidez: 

-Minha filha, sempre existe uma rota alternativa!

Ryan pediu a Deus que lhe mostrasse um caminho.

Então, ela soube que a Instituição estava admitindo pessoal para a lavanderia. Não teve dúvida. Candidatou-se e foi aceita.

Um trabalho de meio período, o suficiente para poder ver a mãe todos os dias.

-Sim, -considerou ela: -sempre há uma rota alternativa. 

Por vezes, basta que tenhamos um pouco de paciência e fiquemos atentos às oportunidades que surgem.

[com base na Redação do Momento Espírita]

Quantas impensáveis rotas alternativas criamos, neste último ano, em todo o nosso planeta!

Vimos as crianças reclusas em seus lares, precisando que seus pais as auxiliassem nas tarefas escolares.

Como pais, tivemos que nos submeter a novas rotas para cumprir as tarefas profissionais, e dispormos desses momentos.

As crianças ficaram como avezinhas engaioladas em casa, sem poderem passear, ir ao parque, ao cinema, à casa dos amiguinhos.

No início, houve dissabores, reclamações, inquietude. Aos poucos, fomos verificando as vantagens dessa aproximação, que vem criando e fortalecendo saudáveis elos familiares.

Quantos de nós, que permanecíamos trabalhando em departamentos variados, hoje, com nova rota, desenvolvemos nossa atividade em casa.

O convívio entre casais e filhos, em tempo maior, despertou sentimentos adormecidos, restaurando a alegria de estarmos juntos, com a cumplicidade mútua e a união desejada.

O trabalho dos professores sofreu mudança incrível, onde o contato virtual substituiu a rota há muito utilizada, mas que permitiu a continuidade do aprendizado.

Os escritórios tiveram suas salas esvaziadas, pois os funcionários executam suas tarefas em seus próprios lares.

As comunidades religiosas fecharam suas portas, e as reuniões, estudos e atendimentos são realizados virtualmente.

Nas famílias, com a maior aproximação entre seus membros, oramos juntos, em louvor, pedidos e gratidão a Deus.

Embora a rudeza das provas desta pandemia, o Grande Arquiteto do Universo teve o cuidado de nos permitir belas alternativas em nossas rotas.

Se houvesse acontecido há meio século, não teríamos a Internet, o celular, o WhatsApp e tantos aplicativos. 

Não teríamos, enfim, as rotas alternativas de que desfrutamos.

Descubramos a que melhor nos sirva.

PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE