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Sedentarismo na pandemia aumenta problemas em músculos e articulações

05/06/2021
Sedentarismo na pandemia aumenta problemas em músculos e articulações | Jornal da Orla

Se antes da pandemia o sedentarismo era um sério problema de saúde pública, após meses de restrições por conta da falta de controle da pandemia (apenas 10% da população foi imunizada) a situação piorou. Home office, ensino remoto, fechamento de academias, parques e espaços para a prática esportiva contribuíram para o aumento de problemas musculoesqueléticos. Estudo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health indica que o tempo diário em que as pessoas passam sentadas durante a pandemia teve um aumento de 28%.
 

Encurtamento muscular
Uma das causas das dores musculares é o encurtamento muscular. Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, o corpo sempre busca o melhor desempenho com o mínimo esforço. A consequência é a adoção de vícios de postura, que prejudicam muito a saúde musculoesquelética.

“O corpo passa a ignorar a parte que não é usada. Ele se adapta à posição que demanda menos esforço, que não exige amplitude de movimento. A partir desse processo, surgem os problemas posturais e isso torna-se um ciclo vicioso”, diz.

A fisioterapeuta explica que o encurtamento muscular começa a comprometer movimentos simples do dia a dia, como pegar um objeto no alto, abaixar-se, calçar um sapato, além de levar às dores musculares na coluna, pescoço e ombros, entre outras regiões.

A especialista recomenda a prática rotineira de alongamento. “Devem ser diários, se possível feitos pela manhã e no meio da tarde. Quem estuda ou trabalha de forma remota deve investir algum tempo para se alongar”, reforça.

“O corpo humano não foi feito para ficar parado. Portanto, é preciso reduzir o tempo que ficamos sentados ou deitados e procurar meios seguros de atividades físicas e práticas esportivas nesse período de isolamento social”, diz Walkíria.

 

RISCOS DO SEDENTARISMO

Morte– Ficar sentado mais de 6 horas por dia aumenta em 40% o risco de morrer nos próximos 15 anos 
Aumento de peso- Pessoas obesas ficam sentadas 2,5 horas por dia a mais que pessoas no peso ideal
Redução da expectativa de vida- Cada hora que uma pessoa passa sentada depois dos 25 anos reduz sua expectativa de vida em 21 minutos, 10 minutos a mais que fumar um cigarro
Doenças- Pessoas que passam mais de 7 horas diárias sentadas têm um aumento de 112% no risco de desenvolver diabetes, 147% no risco de doenças cardiovasculares e 49% no risco de morrer prematuramente, mesmo que se exercitem regularmente.
Fonte: NothStar Alliance Organization

 

RPG e Pilates
A fisioterapeuta indica a prática de Reeducação Postural Global (RPG) e Pilates para para melhorar o encurtamento muscular e as dores musculoesqueléticas.

Técnica criada em 1980 pelo fisioterapeuta frânces Philippe Souchard, a RPG promove o alongamento global do paciente, por meio do reequilíbrio e da manutenção da postura.  “É mais indicado para os quadros iniciais e agudos de um problema, como uma lombalgia”, explica Walkíria.

Segundo ela, o tratamento de RPG dura de 10 a 15 sessões semanais. “Quando o paciente termina o tratamento com a RPG, pode ser uma ótima ideia iniciar o Pilates, outro método seguro em tempos de pandemia, desde que as sessões sejam individuais ou no máximo em dupla”, diz a especialista.

Já o Pilates ajuda a prevenir novos quadros de dores, melhorar a postura e promover fortalecimento muscular, controle da respiração, aumento da flexibilidade, estabilização dos músculos que sustentam a coluna, melhora do equilíbrio e correção da postura.

O método foi criado pelo alemão Joseph Pilates em 1918, como forma de reabilitar pessoas utilizando equipamentos que ocupavam pouco espaço.