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Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa

19/06/2021
Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa | Jornal da Orla

Quem não conhece esta expressão? E verdadeira, pois a saúde está em primeiro lugar, quer seja em nossa percepção como indivíduos, quer no inconsciente coletivo que se expressa em pesquisas de opinião de eleitores que sempre apontam a saúde como sua preocupação primeira; mesmo em momentos como o que estamos vivendo atualmente, com as taxas de desemprego mantendo-se em patamares nunca antes experimentados em nosso País. 

O título de nosso texto de hoje, virou um bordão muito bem apropriado por Paulo Cintura. Lembram-se dele? Antes mesmo de iniciar sua participação na Escolinha do professor Raimundo da TV Globo, já era bastante famoso no Rio de Janeiro por suas constantes incursões na mídia carioca. Eu era um jovem estudante de medicina quando, estimulado pela namorada, procuramos uma academia de ginástica próximo à sua residência no bairro do Leblon. Nos matriculamos, como normalmente, fazem em todas as academias, e marcamos o dia da primeira aula logo em seguida. Não muito afeito a este tipo de prática esportiva – prefiro atividades físicas ao ar livre – mas estimulado pela nova experiência, comprei shorts, tênis e meias novas. A camiseta. Essa não poderia ser nova. Já pensou, chegar numa academias dessas engomadinho? Tinha que fingir que era local, descolado da zona sul carioca. E nessas horas, nada melhor que uma camiseta casual. Tipo, não estou nem aí…Chegando na academia, dou de cara com um ator global famoso e ao entrar sala de ginástica, quem encontrei? Ele mesmo, Paulo Cintura. Formado em fisioterapia, criou um personagem. O próprio, por causa de seu corpo malhado, tórax avantajado e cintura fina. O famoso coxinha! E eu, o mortadela. À época, não existia essa figura de linguagem remetendo a posicionamentos políticos. Sua aula era bastante animada, o que motivava os alunos a responderem  a seu estimulante por mais exercícios.  Fazíamos ginástica e ríamos o tempo todo. Gostei de conhecê-lo. Ele desempenhava bem seu personagem, tanto assim que ficou conhecido nacionalmente por sua imagem e seu bordão. Hoje Paulo Cesar, seu nome de batismo, ou Paulino para seus amigos, com mais de 70 anos, saiu da mídia, mas continua coxinha. Física e politicamente, de modo figurativo. Ao abrir uma pesquisa sobre ele na internet, me deparo com sua foto ao lado do Presidente Bolsonaro, gritando “ieh, ieh…issaaa”, como fazia em suas aulas de ginástica e repetia nos programas humorísticos que participava. Salutar que um indivíduo de sua idade participe da vida política de seu País, mas uma pena que ele tenha perdido a pressa para ter saúde ou a mesma rapidez que o representante da  Pfizer não teve do Governo Federal quando há um ano ficou sem respostas para sua oferta de vacinas para o povo brasileiro. 

Não ter pressa por saúde hoje é correr atrás da vacina, seja lá de onde ela tenha vindo. É a única esperança por melhores dias.