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Parlamentares da bala fazem reunião para debater educação sem educadores

19/06/2021
Parlamentares da bala fazem reunião para debater educação sem educadores | Jornal da Orla

A Câmara de Santos realizou uma audiência pública para discutir a implantação de escolas cívico-militares na cidade sem a participação de nenhum educador. Nenhum especialista no assunto, ou representante da Secretaria de Educação. Mas estavam presentes os vereadores Sérgio Santana, que presidiu os trabalhos, e Fábio Duarte, além do deputado estadual Tenente Coimbra e o presidente da Associação Brasileira de Educação Cívico-Militar, Capitão Davi Souza.

Sem exceção, os parlamentares da bala desfilaram argumentos com a profundidade de um pires e declarações equivocadas. O vereador Fábio Duarte, por exemplo, criticou o “método Paulo Freire de progressão continuada”. Se pretende discutir com a profundidade e seriedade que o assunto merece, o parlamentar deveria saber que o sistema de aprovação automática foi implantado da rede estadual de São Paulo, num governo tucano, quando Paulo Freire (o patrono da Educação brasileira) já havia falecido.

Educadores que acompanhavam a audiência pelo Youtube dispararam uma série de críticas. Os parlamentares da bala desfilaram uma série de termos vagos, chavões do tipo “disciplina” e “cantar o hino nacional”, e em nenhum momento deram detalhes sobre o projeto pedagógico e o sistema de gestão das unidades.  

 

Boquinha
Um dos maiores entusiastas do modelo é o deputado estadual Tenente Coimbra (PSL), filho do ex-vereador Geonísio Aguiar, o Boquinha. Nem Coimbra nem os demais defensores da escola cívico-militar souberam responder como vão explicar para os educadores que os militares, para irem uma vez por semana na escola, vão ganhar o triplo que um profissional recebe tendo de trabalhar o mês inteiro.