Já virou rotina. Como ninguém faz nada mesmo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, ameaçou mais uma vez o sistema democrático.
Na sua tradicional conversa com apoiadores na manhã de quinta-feira (8), Bolsonaro voltou a afirmar – sem apresentar provas – a existência de fraudes nas urnas eletrônicas. E garantiu que não haverá processo eleitoral em 2022 se não houver “eleições limpas”.
Eleições limpas, para Bolsonaro, seriam caracterizadas pela sua vitória, é claro. Qualquer outro resultado, será “fraude”.
Pelo jeito Bolsonaro já não se recorda que foi eleito em votação eletrônica…
Trump tupiniquim
O presidente insiste no “voto auditável” e ameaça não deixar o cargo, mesmo se for derrotado. Ele segue o exemplo de seu ídolo, Donald Trump, que ameaçou não deixar a Casa Branca, alegando fraude na eleição, e estimulou um grupo de fanáticos a invadir o Capitólio, numa das cenas mais ridículas da história dos Estados Unidos.
Brasília não é Washington e, por isso, tem muita gente boa acreditando que Bolsonaro – que vem perdendo apoio popular a cada dia- poderá mesmo tentar um golpe militar para permanecer no poder.
Vale o risco?
Um golpe não seria muito difícil, já que a sociedade vem aceitando passivamente as ameaças ao sistema democrático por parte do presidente; o difícil seria sustentar um golpe em um mundo cada vez mais globalizado.
Um eventual golpe patrocinado por Bolsonaro teria consequências imprevisíveis e duraria quanto tempo?
Há, também, um outro detalhe perturbador para o próprio presidente: se o eventual golpe fracassar, o destino pode ser a cadeia.
Vale a pena o risco?
