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Covid-19: Mesmo com vacina, reinfecção é possível

17/07/2021
Covid-19: Mesmo com vacina, reinfecção é possível | Jornal da Orla

O caso do governador João Doria, que mesmo vacinado com duas doses da vacina contra o novo coronavírus, contraiu covid-19 pela segunda vez, serve de alerta para todos. Mesmo imunizada, a pessoa pode ser infectada, transmitir o vírus para os outros e até mesmo ficar com sequelas —ainda que não desenvolva quadros mais graves.

Contrair a doença pela segunda vez, mesmo estando totalmente imunizado, não significa que a vacina é ineficaz. Ao contrário, demonstra que ela é eficiente para evitar situações mais graves: impede internações, ocupação de leitos de UTI, intubações e mortes.

 

Mas por que ocorre?
A resposta é simples: a pessoa teve contato com o vírus, da mesma cepa que o havia contaminado antes ou mesmo de outra variante ou linhagem —o que os especialistas chamam de mutação da proteína spike do vírus SARS-CoV-2.

Pode ocorrer também de o paciente ter sido infectado antes de o imunizante ter tido seu pleno efeito —que varia de acordo com a “marca” da vacina.

“Enquanto houver vírus circulante, nós vamos ter casos”, explica o sanitarista Gonzalo Vecina Neto, fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Nenhuma vacina tem 100% de eficácia, mas ela consegue reduzir a gravidade dos casos”, completa.

 

O que fazer?
A solução é imunizar a população de modo a impedir a propagação do vírus. Os infectologistas indicam que a imunidade coletiva será atingida quando ao menos 70% das pessoas receberem as duas doses. 

Até quinta-feira (15), apenas 15,4% dos brasileiros estavam totalmente imunizados: 29,59 milhões tomaram duas doses (Coronavac, Pfizer ou AstraZeneca) e 3 milhões tomaram a vacina de dose única (Janssen). 

O Brasil tem capacidade para aplicar 2,4 milhões de vacinas por dia. Se o presidente Jair Bolsonaro não tivesse recusado as ofertas de doses feitas no ano passado e adquirido as vacinas necessárias, a imunidade coletiva no Brasil teria sido atingida em 9 de abril.

 

Atitudes pessoais
Enquanto não se atinge a imunidade coletiva, a única estratégia possível para conter a pandemia é adotar as medidas não-farmacológicas: uso de máscara, higiene pessoal (principalmente das mãos) e de ambientes e o distanciamento interpessoal (evitar aglomerações). 

 

Kit-Covid não funciona
Após meses de relutância e omissão, o Ministério da Saúde finalmente reconheceu oficialmente que os medicamentos que compões o famigerado kit-covid não funcionam contra o novo coronavírus.

“Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, diz documento encaminhado pelo ministério à CPI da Covid.