Laboratório móvel do Butantan fica em Santos para avaliar a pandemia pós-feriado

 Santos e o Instituto Butantan prorrogaram a permanência do LAB MÓVEL na Praça Mauá. Inicialmente previsto para deixar o Município na próxima sexta-feira (10), o laboratório itinerante permanecerá até a quinta-feira da próxima semana (16). Como realiza o sequenciamento do vírus da covid-19, identificando a variante que causou a doença nos moradores da Baixada Santista, o LAB MÓVEL auxiliará as prefeituras a avaliarem os eventuais impactos do feriado prolongado no comportamento da pandemia.

“Os municípios da Baixada Santista terão a oportunidade de verificar se, após o primeiro feriado prolongado sem restrições, houve aumento no número de casos de covid-19 e a variante que predomina em cada cidade. Os sintomas da covid-19 costumam se manifestar, em média, cinco dias após o contágio”, explica Antonio Jorge Martins, médico do Instituto Butantan.

De acordo com o Instituto Butantan, a presença do LAB MÓVEL em Santos também foi importante para ampliar o número de exames RT-PCR analisados das nove cidades da Baixada Santista. A quantidade dobrou: de cerca de mil para dois mil por semana.

O prefeito Rogério Santos enfatiza a importância do LAB MÓVEL para a tomada de decisões em relação ao enfrentamento à doença. “Desde o início da pandemia de covid-19, Santos sempre se pautou no conhecimento científico, o que nos auxiliou a preservar muitas vidas. Seguiremos neste entendimento, de braços dados com as autoridades sanitárias e atentos diariamente a todos as informações de que dispomos: ocupação de leitos hospitalares, confirmação de novos casos e óbitos, e, agora, com o LAB MÓVEL, para obter um detalhamento melhor sobre a circulação do vírus na Cidade e seu comportamento após o feriadão”.

O LAB MÓVEL realiza análises de exames RT-PCR para os nove munícipios da Baixada Santista, encarregados de enviar amostras de pacientes sintomáticos. Os exames com resultado negativo para covid-19 são separados dos positivos, que passam por uma segunda etapa: o sequenciamento do vírus para a identificação da variante. O laboratório tem capacidade de iniciar o mapeamento genético de até 300 amostras por dia, cuja finalização ocorre em um período de três a seis dias. 

O secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta, comemora a permanência do laboratório itinerante na Cidade. “Devido à alta tecnologia dos equipamentos do Instituto Butantan, o resultado do mapeamento genético do vírus, que geralmente é concluído de 10 a 12 dias, reduz em até 50%. Somos privilegiados por dispormos desta agilidade”

COMO FUNCIONA
O sequenciamento é necessário porque os vírus sofrem mutações, ou seja, alterações em seus códigos genéticos, gerando variantes. Para realizar o mapeamento das variantes é necessário, em primeiro lugar, extrair o RNA da amostra coletada. Em um segundo momento, essas moléculas passam por um processo de conversão para DNA que, posteriormente, é multiplicado em diversas cópias que são inseridas no sequenciador. Um computador libera os resultados e a análise é realizada por especialistas, conhecidos como bioinformatas.